Doses maiores

13 de dezembro de 2023

O ludismo do software livre

Gavin Mueller afirma que em vez de destruir máquinas, os hackers as adotaram. Portanto, diz ele em seu livro “Breaking Things at Work”, deveriam ser um dos movimentos menos ludistas do planeta.

Mas, em 1976, sob pressão da indústria de software, a suprema corte estadunidense decidiu que os códigos-fonte de programação estavam sujeitos aos direitos autorais. Em inglês, “copyright”. De repente, copiar era crime.

Compartilhar e copiar códigos tornou-se uma prática essencial na nascente cultura hacker e promoveu uma pedagogia da autonomia e da criatividade. Um dos primeiros e mais influentes exemplos desse tipo de organização foi o movimento do software livre, liderado pelo programador independente Richard Stallman.

Em 1988, Stallman formulou um conjunto de licenças alternativas de software projetado para proteger o compartilhamento aberto do código-fonte. Fazendo um trocadilho, chamou essas licenças de “copyleft”, cuja tradução pode ser tanto “permitida a cópia”, como “cópia de esquerda”.

O software livre é um exemplo de tecnologia ludita, diz Mueller. Uma inovação que procura preservar a autonomia dos trabalhadores contra a imposição de controle sobre o processo de trabalho pelos capitalistas.

No entanto, ressalva o autor, a cultura hacker é frequentemente impregnada de elitismo, efeito colateral infeliz, frequentemente encontrado em culturas artesanais que acabam se tornando meritocráticas. Poucos usuários têm conhecimento técnico para usar suas ferramentas complexas. Menos ainda têm os meios materiais para resistir às reviravoltas cibernéticas promovidas pela indústria da informática.

Uma delas foi a estrutura web. Criada para facilitar o acesso à rede mundial, logo tornou-se instrumento de criação de latifúndios digitais como Microsoft, Facebook, Google etc. Este será o tema da próxima pílula.

Leia também: Na era cibernética, quebrar máquinas “faz muuuito bem!”

4 comentários:

  1. Excelente comparação do espaço digital com latifúndios. De fato, as grandes corporações deixaram poucos espaços para a atuação livre e criativa.

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  2. Uma bela pesquisa seria deixar aqui registrado os modulos rurais opensource:
    Firefox

    Dispensa comentários. Navegador espetacular.
    Thunderbird

    Só uso o Gmail. Muito prático.
    Sunbird

    Estou começando a usar o Google Calendar.
    Abiword

    Espero testar, tenho que largar o Office.
    OpenOffice

    Ouço falarem bem, mas não testei.
    ClamWin

    Continuo no McAfee.
    Gaim

    Nunca usei, vou testar e abandonar o MSN.
    BitTorrent

    Excelente programa de P2P, infelizmente acaba contribuindo para a pirataria.
    GIMPShop

    Não mexo tanto assim com imagens, uso o IrFanView.
    Gnucleous

    Nem conhecia, vou testar.
    VLC Media Player

    Gosto do iTunes.
    Juice

    Ouço os podcasts no iTunes.
    Audacity

    Não gravo podcasts.
    RSSOwl

    Leio os meus RSS pelo Bloglines, gosto muito, e é um programa a menos para instalar.
    Filezilla

    Não uso tanto assim.
    Keynote

    Interessante vou dar uma olhada.
    MusikCube

    Gosto do iTunes.
    Handbrake

    Nem tenho DVD no meu PC 😛
    X-Chat 2

    Não uso mIRC.
    KeePass

    Senhas? Guardo na cabeça.
    TrueCrypt

    Também não uso.
    PDFCreator

    Gostei, vou usar.
    Freemind

    Não conhecia, bem que estava procurando algo assim.
    Nasa Woldwind

    Google Earth é legal.
    Notepad2

    Uso o próprio Word para rascunho.
    HealthMonitor

    Não conhecia, usava o Sandra.
    Workrave

    Para quem trabalha o dia todo é um prato cheio.
    GanttPV

    Por enquanto não me é necessário.
    Gnucash

    Interessante para controlar a grana.
    True Combat: Elite

    Queria ter mais tempo pra isso.

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  3. Ih Sergio, que discussão complicada. Se direitos autorais já é difícil de determinar para obras artísticas, pior ainda para software. Existe cópia de software de todas as formas possíveis, aliás, a gente (como sabe fui da área) copiava pedaços ou programas inteiros, diria que é impossível controlar cópias. Programação orientada a objetos, por exemplo, nadas mais é que incorporar esses objetos, ou seja, códigos aos nossos programas. Esse código aberto difere dos códigos fechados porque ele abre o código fonte para que se conheça como foi desenvolvido, o que não tem nada a ver com cópia. Enfim, cópia, hacker, código aberto etc, sinceridade, está meio confuso nesse texto. Abraço.

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  4. Hacker serve apenas para código fechado. Entendi que os códigos de Google e outros monopólios são abertos, mas quase inacessíveis ou exigem um volume de trabalho enorme para serem processados por quem não tem os recursos necessários

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