Doses maiores

20 de fevereiro de 2013

O conservadorismo de Marina Silva

“Nem direita, nem esquerda. Estamos à frente. Nem oposição, nem situação. Precisamos de posição”. Com estas palavras, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, resume o posicionamento político do partido que pretende criar, segundo matéria da Folha de S. Paulo publicada em 17/02. E ainda acrescentou: "Se Dilma estiver fazendo algo bom, vamos apoiar. Se não, não".

Sempre que uma organização política recusa definições mais claras sobre seus objetivos, dificilmente escapa de tornar-se instrumento dos poderosos. Mas Marina já está nesse caminho faz tempo. Seu vice na campanha presidencial em 2010 foi o empresário Guilherme Leal, dono da Natura e de uma fortuna de 1,6 bilhão de dólares. Em janeiro de 2013, houve um grande encontro para discutir o novo partido. Na mesa do evento, estava Maria Alice Setúbal, herdeira do banco Itaú.

Não é só isso. Marina é conservadora. E não estamos falando da conservação de flora e fauna. Em entrevista para o UOL Eleições, em junho de 2010, a então presidenciável se disse contrária ao casamento gay. Além disso, propôs dois plebiscitos: um para discutir a legalização da maconha e outro sobre o aborto. Como se tais direitos não estivessem sob constante bombardeio das instituições conservadoras e da mídia empresarial.

Diante disso, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) demonstrou todo seu descontentamento: “submeter direitos de minorias a ‘plebiscitos’ e ‘referendos’ não é nova política: é o velho conservadorismo!”. Em seguida, citou o jornalista argentino e ativista do movimento LGBT Bruno Bimbi: “Vamos fazer plebiscito sobre os direitos dos negros? E sobre os direitos dos judeus? Marina atrasa um século!”.

Leia também: A Bíblia, o aborto, a homossexualidade

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