Doses maiores

13 de janeiro de 2015

O mundo bizarro do capital chinês

“Pequim vai investir 20 bilhões de dólares na Venezuela”, anunciou o jornal El País, em 08/01. Em dezembro, começou a construção do Grande Canal da Nicarágua. A obra que custará US$ 50 bilhões é bancada por capital chinês.

Em janeiro de 2014, os 33 países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos iniciaram chamado “Plano de Cooperação China-América Latina e Caribe (2015-2019)”.

Muitos comemoram. Seria o surgimento de uma alternativa poderosa ao imperialismo ianque. Será?

Em 11/01, Marcelo Ninio publicou na Folha a reportagem “Chineses criam mundo espelhado que começa a mudar a ordem mundial”. Cita a conclusão do Instituto de Estudos Chineses Mercator (Merics), sediado em Berlim: 
 


Os mecanismos financeiros promovidos por Pequim duplicam em parte o sistema de Bretton-Woods e outras estruturas existentes (...): para o Banco Mundial, o Banco dos Brics; para o FMI, o fundo de reservas do Brics e a Iniciativa Chiang Mai, uma rede asiática multilateral de financiamento; para o Visa e Mastercard, o UnionPay, entre outros muitos exemplos.

Ou seja, não bastasse a versão original dessas instituições criadoras de crises econômicas e tragédias sociais, os chineses estão fazendo duplicatas delas. Estão pirateando o caos e vendendo muito caro para países pobres ou dependentes.  

Isso lembra as histórias em quadrinhos do “Mundo Bizarro”. Trata-se de um mundo simetricamente oposto ao planeta Terra. Nele vive um Super-Homem que só sabe fazer o mal, por exemplo.

Mas a comparação não faz muito sentido. Não há lado bom nessa história. O livre mercado dominado pelos ianques e o capitalismo estatal chinês são espelhos da mesma bizarrice.

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