Doses maiores

18 de fevereiro de 2019

Reforma da Previdência e luta de classes

Em 2011 82% dos idosos brasileiros estavam protegidos pela Previdência Social. Entre 2001 e 2011, a Previdência Social contribuiu com 17% para a queda da desigualdade medida pelo índice de GINI.

Entre 2009 e 2011, pela primeira vez, os rendimentos da previdência contribuíram em 55% para a queda da desigualdade, ultrapassando a contribuição do mercado de trabalho.

Graças à Previdência, o percentual de pobres no País é de cerca de 30%. Seria de 42%, caso não houvesse as transferências previdenciárias.

Para mais detalhes sobre esses números clique aqui.

Apesar de tudo isso, claro que o sistema público de previdência nacional tem muitos e graves erros e distorções. Mas não é por eles que a Reforma da Previdência tornou-se o teste de todos os governos desde o fim da ditadura.

Afinal, são cerca de R$ 700 bilhões de um orçamento que o mercado sonha colocar sob seu controle total.

Collor não conseguiu fazer a reforma. Não durou muito. FHC fez tudo certo, principalmente ao acabar com a aposentadoria por tempo de serviço.

Já Lula, no começo de seu primeiro governo, aprovou uma reforma previdenciária cortando mais direitos. Era a garantia inicial de que respeitaria a ortodoxia econômica neoliberal. Durou bem mais tempo que Collor.

Agora é a vez de Bolsonaro. Todo o caos que representa seu governo de quadrilheiros rasos será esquecido caso entregue a reforma previdenciária. E será um primeiro passo para novos ataques. Talvez, piores.

É muito dinheiro em jogo para eles. Para nós, está em questão a defesa de direitos, envolvendo dignidade na vida e na morte. Portanto, é luta de classes também.

Leia também:
Sarney e Lula: pela governabilidade, contra a Constituição

2 comentários: