Doses maiores

2 de agosto de 2019

Um novo dilúvio universal à vista

Interessante o artigo “Uma história social da mudança climática”, de Gerardo Honty, recentemente publicado pelo portal Rebelión.

O texto começa dizendo que nos “últimos 400.000 anos, houve quatro períodos glaciais, separados por períodos de 10.000 anos interglaciais”.

Um desses períodos é o Holoceno, no qual vivíamos há até pouco tempo. Nele, “as matas cresceram, a vida prosperou e os homens e mulheres tiveram alimento e um clima acolhedor para se expandir”.

Mas essa bonança também sofreu interrupções. Por exemplo:

Há uns 8.000 anos, o derretimento das geleiras que estavam no lago – que postumamente batizamos de Lago Agassiz – provocou seu derramamento completo nos oceanos, provocando o Dilúvio Universal. O relato de Noé, na Bíblia, de Nuh, no Alcorão, a Epopeia do rei Gilgamesh, de Uruk, a barca de Svayambhuva Manu, na Índia, o mito de Gun Yu, na China, o Mba’e-Megua Guasu guarani e muitas outras tradições no mundo narram a história do ano em que o mar subiu um metro.

Além desta, muitas outras mudanças climáticas são descritas pelo artigo. A diferença é que as atuais, diz Honty, se originam da atividade humana. Antes, a humanidade apenas sofria com as alterações no clima, mas não tinha influência sobre elas. Chegamos ao Antropoceno.

Outra diferença seria o elevado grau de consciência que teríamos desenvolvido sobre nossa responsabilidade quanto aos desequilíbrios climáticos.

O problema é que alguns líderes mundiais e setores empresariais importantes negam essa responsabilidade. Duvidam do aquecimento global e suas consequências cada vez mais trágicas.

Preparam um novo dilúvio universal. E, caso ele ocorra, voltaria a ser encarado como um castigo divino. Bem merecido, aliás.

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5 comentários:

  1. Será que vamos ter que esperar períodos interglaciais ou glaciais para ver mudanças sociais profundas?

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    1. Do jeito que vai, parece que sim. A revolução tá, tipo, na geladeira. Infelizmente...

      Abraço

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  2. É... enquanto o grande mercado está pleno no Antropoceno, a revolução se estacionou (ou se perdeu?) no glacial....
    Grande abraço!

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  3. São muitas ameaças, que reúnem desde o fogo da liberação do gás metano, a previsão de uma inundação global, o começo de uma era do gelo. Estaremos fritos, inundados e numa fria. O cenário é apocalíptico, porém antes do ano 2000, quando os evangélicos anunciavam o apocalipse ninguém acreditava. Nos dias de hoje, são os ambientalistas que preveem a catástrofe e o povo continua dormindo.

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