A luta contra o fascismo não foi nem é uma luta contra forças obscurantistas, um termo mais apropriado aos debates teológicos do que às análises políticas. Analiticamente “obscurantismo” não diz nada, até porque, se me permitem, sempre se é o “obscurantista” de alguém. O que não poderia ser diferente, já que o conceito de racionalidade é um conceito histórico e em disputa, a ciência não é um espelho da natureza, e não há nada de “relativista” nessa posição. Não sendo uma luta contra o “obscurantismo”, nossa guerra contra o fascismo é uma luta política (...) contra uma junção devastadora de ultraliberalismo econômico, indiferença social, violência estatal e organização da sociedade a partir da generalização da lógica de milícias.
O trecho acima está em artigo publicado por Vladimir Safatle, em 29/08/2023. É mais um na polêmica envolvendo o livro “Que bobagem!”, de Natalia Pasternak e Carlos Orsi.
“Vocês já pararam para pensar quanto do que se produz na Ciência é tão ruim que deveria ir direto para a lata de lixo?”, pergunta Bruno Gualano em artigo publicado em 04/09/2023. Segundo ele, uma recente edição da prestigiada revista “Nature” divulgou levantamento revelando que um em cada quatro ensaios clínicos contém indícios de falha ou fraude. Outro levantamento foi feito pela publicação científica “Anaesthesia”, abarcando mais de 500 estudos. Desse total, 44% apresentavam um ou mais equívocos. Mais de 1/4 continha erros tão esdrúxulos que o editor da revista os apelidou de “estudos de zumbis”.
Este último texto não faz referência ao livro de Pasternak, mas também vale a leitura. Ambos ajudam a combater as verdadeiras bobagens.
Leia também: Como combater as fake news: a ciência segundo o Nobel
Nenhum comentário:
Postar um comentário