Doses maiores

2 de junho de 2015

O Estado e seus escravos

Você sabia?

Grande parte dos crimes por armas de fogo no Brasil não está ligada a assaltos e roubos. Mais de 45% deles são cometidos em brigas de família, de vizinhança, de bar, de trânsito etc. A maioria em bairros pobres, onde predominam as vítimas negras.

Os jovens são 59% dos mortos por arma de fogo no Brasil. Mas os jovens negros são duas vezes e meia mais vítimas de homicídio do que os brancos.

Em 2013, pelo menos seis pessoas foram mortas por dia nas mãos de policiais brasileiros. Por isso, já virou lugar comum dizer que nossas polícias estão entre as que mais matam no mundo. Mas é aqui também o lugar em que os policiais mais morrem.

Em 2013, 490 policiais morreram violentamente. Desde 2008, acumulam-se 1.770 casos fatais. É muito provável que a quase totalidade dessas vítimas sejam de baixa patente. É quase certo que grande parte seja negra. A Polícia Militar do Rio de Janeiro, por exemplo, tem cerca de 60% de negros nos seus quadros.

Você sabia?

Na Grécia Antiga, não existia uma polícia tal qual a conhecemos hoje. Mas havia quem desempenhasse funções repressivas muito semelhantes. Elas eram exercidas principalmente por escravos, já que eram consideradas baixas demais para serem exercidas por cidadãos livres. E perigosas, claro.

Já naquela época, a ralé matava-se entre si. Antes e agora, os mais fracos morrem como vítimas do Estado, à margem dele, contra ele ou a seu serviço.

Leia também: Para negros e pobres, pena de morte é exceção tornada regra

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