Doses maiores

15 de setembro de 2016

O velho golpe das novas privatizações

As privatizações de Temer foram anunciadas com alarde. Segundo a imprensa, o “Crescer” é um novo programa.

Nada mais falso.

Ninguém pode acusar Miriam Leitão de simpatia pelos governos petistas nem antipatia pelo atual. Em sua coluna, no entanto, ela desconfia que substituir o PAC pelo “Crescer” pode não passar de “uma troca de rótulo”.

Mas o coordenador do programa, Wellington Moreira Franco, fez questão de destacar as diferenças. Segundo ele, desta vez, “não haverá a substituição da aritmética, com as quatro operações fundamentais, pela ideologia”.

Ainda assim, Miriam volta à carga para afirmar: “...o programa será feito, como os outros, em grande parte com dinheiro público”.  Claro como dois e dois...

Ou seja, nada a ver com aritmética e tudo com uma ideologia, que, afinal mudou pouco em sua essência. Igualmente ideológica é a acusação feita aos governos petistas de serem “estatizantes”, inclusive por gente como Miriam Leitão.

No máximo, os governos petistas resolveram favorecer certos setores no lugar de outros.

É o caso das empresas de Saúde e Educação, que lucraram como “nunca antes na história”. Ou da política para as Telecomunicações, que levantou e derrubou a Oi, enquanto as concorrentes lucraram horrores. E do Agronegócio, claro.

Portanto, o Estado sob gerência petista, tal como na época dos governos tucanos, jamais deixou de favorecer o capital privado. Só escolheu seus próprios “queridinhos” no mercado.

Como se vê, o quanto de novidade há no mais recente programa de privatizações dá a medida dos objetivos da manobra que colocou Temer na Presidência. Os governos do PT fizeram parte do golpe que suas viúvas tanto lamentam. 

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