Doses maiores

28 de agosto de 2018

Sobre esquisitões e Inteligência Artificial

Em 40 anos, nos arriscamos a perder completamente o controle do planeta para as mãos de um pequeno grupo que desenvolve a Inteligência Artificial (IA). Esse é o cenário catastrófico. Para evitá-lo, precisamos que as pessoas participem do diálogo.

As palavras acima são de Max Tegmark, em entrevista publicada por El País, em 14/08/2018. Na condição de diretor do Future of Life Institute de Cambridge, deve saber do que está falando.

Segundo o entrevistado, atualmente, os rumos das pesquisas sobre a Inteligência Artificial são definidos por algumas poucas “companhias tecnológicas e governos”. Setores, que, para ele, “não necessariamente são os mais bem qualificados para tomarem essas decisões para toda a humanidade”.

Mas Tegmark também entende que a questão não deveria ser limitado a:

...um grupo de freaks (esquisitões) da tecnologia, como eu, e sim que incluamos psicólogos, sociólogos e economistas para que participem do diálogo. Porque, se o objetivo é a felicidade humana, temos que estudar o que significa ser feliz.

Ou seja, tecnologia é importante demais para ficar sob responsabilidade exclusiva dos tecnólogos. A participação dos esquisitões das ciências humanas é igualmente necessária.

Por outro lado, acrescentaríamos, aqueles que não dominam conhecimento específico nenhum a não ser o de suas próprias opiniões e interesses também precisam ter direito a voz. Principalmente, a grande massa de trabalhadores que pode ficar sem emprego devido à utilização da IA em grande escala.

Em outras palavras, precisamos de mais debate, participação, crítica e explicitação das contradições.

Difícil é explicar isso para freaks como os do movimento Escola sem Partido, com seu ódio às ciências humanas e à democracia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário