Doses maiores

25 de junho de 2013

Dilma reafirma pacto conservador

Dilma Roussef anunciou cinco pactos “em favor do Brasil". Mas só o primeiro deles realmente vale. É o “pacto pela responsabilidade fiscal” para controlar a inflação. (Como se o povo tivesse ido para as ruas gritar contra a inflação). Este pacto já existe. Foi criado pelos tucanos e continua mantendo o País como um dos campeões mundiais de desigualdade social. É sua manutenção que determina todo o resto.

A convocação de um processo constituinte para fazer a reforma política é muito perigosa. A Constituição não é nenhuma maravilha. “Queimar com carvão, a Constituição”, dizia o MST quando ela foi aprovada. Mas, desde então, conseguiram piorá-la muito. Uma constituinte pode ser uma nova chance para acabar de vez com os direitos que restam nela. Além disso, não há nada que impeça que os constituintes sejam eleitos do mesmo modo que todos os outros parlamentares: pelo poder econômico.  

Para melhorar a saúde pública, não bastam mais médicos, estrangeiros ou não. É preciso combater o mercado mercenário da saúde privada que sangra os já míseros recursos do setor público. Quanto ao transporte público, 50 bilhões de reais de nada adiantarão se o setor continuar sendo controlado por poucos e poderosos empresários.

Para a educação seriam destinados 100% dos royalties do petróleo. Qual educação? A dos grandes grupos privados que vem sendo financiada por dinheiro público? E qual petróleo? Aquele cuja exploração continua sendo privatizada?

São pactos em favor do Brasil, sim, Dilma. Daquela minúscula parte dele que concentra riqueza e poder. Dificilmente, acalmarão a ira popular. Certamente, já tranquilizam a classe dominante.

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