Doses maiores

25 de agosto de 2014

O capitalismo racista nos Estados Unidos e aqui

“Ferguson reflete desigualdade racial ainda presente nos EUA", diz reportagem de Dennis Stute publicada na Deutsche Welle, em 10/08. A matéria refere-se à cidade americana onde o jovem negro Michael Brown foi assassinado pela polícia.

A população local reagiu com grandes manifestações. Atribui a morte ao racismo policial.

Nas manifestações surgiram cartazes em que Brown aparece vestido em traje de formatura. Seria um modo de mostrar que o jovem era bem comportado e não merecia morrer.

Um trecho da reportagem diz:

Negros estão em desvantagem em quase todos os segmentos da sociedade americana e sofrem, por exemplo, com tratamento diferenciado da polícia.

Outra matéria sobre Ferguson apareceu no portal “Outras Palavras”. Trata-se de “EUA: adeus ao direito de protestar?”, de Robert Bridge. A reportagem chama a atenção para a crescente militarização da polícia nos Estados Unidos. O resultado tem sido o tratamento da população pobre como inimigo interno, além da criminalização do direito de manifestação.

Tudo o que foi dito acima poderia facilmente ser aplicado ao Brasil.

Aqui, a população pobre também lamenta seus mortos alegando que se tratava de “trabalhadores”. Lá como cá, vale cada vez mais a lógica de que a execução de criminosos é aceitável. Entre nós, o racismo também gera condições sociais e econômicas muito piores para a população negra. A militarização da polícia é outro elemento muito semelhante nos dois países. Até uma espécie de Caveirão circulou nas ruas de Ferguson reprimindo manifestantes.

O racismo americano apresenta muitas diferenças em relação àquele que se manifesta aqui. Mas ambos têm em comum a violência racista da dominação capitalista.

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