Doses maiores

26 de janeiro de 2016

Vem aí o apocalipse digital. Que bom!

Em março de 2014, Dan Dennett avisou ao El Pais: “A Internet virá abaixo e viveremos ondas de pânico”. O pânico a que o filósofo norte-americano se refere seria causado pela ausência de redes sociais que substituam o ambiente virtual. 

Antes, diz ele, havia a família, igrejas, associações, clubes. Agora, sobraram apenas nossas conexões computadorizadas. Se elas desaparecerem de repente, cairíamos numa espécie de catatonia, olhando para o vazio das telas apagadas à nossa frente.

Mas por que, afinal, a rede cairia? Dennett não explicou. Talvez devido à poluição espacial? Pode ser.

Em 1957, a União Soviética lançou o Sputnik, primeiro satélite artificial. A ele se seguiram mais 4.500 missões espaciais, gerando os atuais 500 mil destroços em órbita. Deste total umas 20 mil peças são maiores que 10 cm, tamanho suficiente para rasgar buracos nos satélites ainda em operação.

Ou seja, toda essa sucata pode começar a derrubar os dispositivos que nos oferecem serviços como telecomunicação, meteorologia, televisão, GPS, e... internete. Um verdadeiro apagão digital. Teríamos desde semáforos apagados por todo o planeta ao desaparecimento de trilhões em transações financeiras.

Outro prejuízo seria a perda de todo o acúmulo de informações em meios digitais. Em 2010, especialistas calcularam haver no mundo 1,2 zettabytes de dados armazenados em nuvens virtuais, incluindo toda a produção intelectual do planeta. Até 2020, o número pode chegar a 40 zettabytes, equivalente a 5 trilhões de arquivos de filmes em alta resolução.

Enfim, tudo isso pode desaparecer na velocidade de um clique. Agora, dê uma boa olhada na vida virtual à sua volta: Facebook, Twitter, Whatsapp, Google. Não seria ótimo?!

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