Doses maiores

15 de janeiro de 2016

Os buracos do golfe olímpico e outros tantos


Mantelli
Todos sabem que o golfe é um esporte das multidões. Exceto, as próprias multidões.

O que nem tanta gente sabe é que a competição estava fora das Olimpíadas há 112 anos. Assim, a volta da modalidade aos jogos brasileiros fará justiça a seus 50 e poucos praticantes e duas dúzias de torcedores no país.

As autoridades políticas e esportivas brasileiras alegam que a reaparição do golfe foi decidida após a escolha do Rio de Janeiro como sede olímpica. Daí a necessidade de apressadas providências para a construção das instalações adequadas para sua disputa.

O problema é entender por que já havendo dois grandes campos de golfe na capital carioca, decidiu-se pela construção de um terceiro. Principalmente, quando os dois já existentes vêm sendo utilizados para competições internacionais sem maiores dificuldades.

Pesa como agravante o fato de que o novo campo situa-se em uma zona de conservação, dentro da Área de Proteção Ambiental de Marapendi. Tudo isso na Barra da Tijuca, bairro escolhido pela grande capital para ser um santuário composto por enormes edifícios luxuosos, cercados de engarrafamentos de automóveis por todos os lados.

Talvez, as coisas comecem a se esclarecer se lembrarmos que a área a ser utilizada equivale a 100 campos de futebol e, após os Jogos, será destinada a condomínios de luxo, construídos por uma grande imobiliária, com entrega prevista para 2018. Tudo isso, claro, sem os obrigatórios estudos de impacto ambiental.

Mas este é apenas um dos problemas relacionados a um megaevento, cujos rombos são tão numerosos quanto os buracos jogados em uma partida de golfe.

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