Doses maiores

10 de janeiro de 2016

PT, reformista no pior sentido

A luta por reformas era uma bandeira de esquerda até o começo dos anos 1990. Reforma agrária para democratizar a propriedade da terra. Tributária, para fazer os muito ricos finalmente pagarem impostos no Brasil. Educacional, para universalizar educação de qualidade. Estas e muitas outras eram as reformas populares.

Desde que o neoliberalismo chegou ao poder, defender reformas virou sinônimo de destruir conquistas e direitos populares. O resultado foi mais concentração fundiária, ampliação da injustiça fiscal, mercantilização da educação e restrição e revogação generalizada de direitos, entre outras mazelas.

Antes de chegar ao governo do País, o PT era um grande defensor das reformas populares. Uma vez eleito, a única grande reforma que o partido fez foi na Previdência Social, da pior maneira possível. Restringiu direitos dos servidores e liberou o setor público à especulação do mercado segurador.

Essa trajetória chegou ao auge no ano de 2015, quando o governo petista conseguiu a proeza de não emitir um único decreto de desapropriação de terras para a reforma agrária.

Mal começa 2016 e Dilma fala em nova reforma da previdência. Mas a disposição para fazer uma reforma trabalhista ao gosto dos patrões também aparece com frequência em pronunciamentos do governo petista.

O PT jamais foi um partido revolucionário. Mas, durante algum tempo, seu reformismo conseguiu alimentar lutas radicais e arrancar conquistas importantes porque tinha como horizonte a necessidade de fazer grandes transformações.

No entanto, bastou enveredar de vez pelo caminho eleitoral para que o PT abandonasse qualquer expectativa de ruptura radical e passasse a implementar o mais conservador dos reformismos. O reformismo neoliberal.

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