Doses maiores

2 de dezembro de 2016

De volta ao pesadelo lulista?

Em 28/11, Marcos Coimbra publicou artigo na Carta Capital sobre as eleições de 2018. Segundo ele, “a oposição de esquerda está em vantagem e o governismo vai mal”.  

Presidente do instituto Vox Populi, o articulista cita pesquisas recentes em que Lula, sozinho:

...tem a mesma intenção espontânea de voto que a soma de todos os outros nomes. Possui mais que o dobro de qualquer candidato do PSDB, de Marina Silva (...), seis vezes mais que Temer e outros nomes à direita. Não perde para ninguém nos cenários de segundo turno, empatando com os mais bem colocados, apesar de estar no pior momento de sua trajetória.

Diante disso, diz Coimbra, ou as esquerdas disputam “com ampla chance, a próxima eleição”, ou adiam qualquer “expectativa razoável de chegar ao poder” por uns “20 anos”.

Este cenário pode facilmente se inviabilizar caso Lula se torne réu. Algo muito provável, aliás. Mas, caso contrário, nos veríamos novamente às voltas com um projeto que se mostrou totalmente incapaz de enfrentar o conservadorismo. Ou não?

Cabe aos petistas demonstrar o oposto se comprometendo com algo menos vago que justiça social e retomada do crescimento do PIB. Por exemplo, auditoria da dívida pública, corte dos juros, reforma agrária, taxação dos ricos, democratização dos meios de comunicação e revogação da legislação antiterrorista, só para começar.

Mas, acima de tudo, precisariam se comprometer a ajudar na organização de grandes mobilizações, única forma de realmente enfrentar a atual onda direitista.

Será?

Pode esquecer. Muito mais provável seria vivermos novamente o pesadelo de ver o lulismo disputando com a direita tradicional o apoio de nossos inimigos. 

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