Doses maiores

22 de dezembro de 2016

Sobre uma estrela decadente

Em 2015, foi detectada uma supernova com um brilho 20 vezes maior do que toda a luz emitida pela Via Láctea. Seria o resultado da explosão de uma estrela extremamente massiva no fim de sua vida.

Segundo evidências mais recentes, porém, a enorme explosão teria sido causada por um buraco negro supermassivo. Localizado no centro de uma galáxia, o fenômeno astrofísico teria rasgado uma estrela semelhante ao Sol, que passou muito próximo a ele.

No processo, a estrela teria sido esmagada e as colisões entre os seus restos, bem como o calor gerado, levaram à explosão que teria dado ao evento a aparência de uma supernova muito brilhante.

Agora, considere tudo isso como uma metáfora da vida política brasileira na última década.

A supernova petista surgiu em 2002, com a eleição de Lula para presidente da república. A fonte do enorme brilho parecia sair do próprio astro. Mas já era a perigosa proximidade causada por alianças com o “buraco negro” do conservadorismo nacional.

A  luz abundante ofuscava tanto que não deixava ver que sua origem era o desabamento da estrela em direção à escuridão. A maioria de nós só se apercebeu das trevas ao esbarrar em personagens e coisas que julgávamos enterradas no passado.

No futuro, uma coisa é certa. O brilho daquela estrela somente será visto a distâncias muito mesquinhas.

Na vida real, nem a luz escapa de um buraco negro. Mas em nossa metáfora, é sempre possível ver algumas centelhas em meio a tanto breu. Frágeis que sejam, são elas que nos fazem esperar um 2017 iluminado por muitas lutas.

Até lá!

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