Doses maiores

15 de março de 2019

Nos Estados Unidos, pacto verde ou tragédia vermelha?

Em 07/02/2019, nos Estados Unidos, parlamentares democratas liderados por Alexandria Ocasio-Cortez apresentaram um projeto-de-lei intitulado o “Green New Deal”.

O “Novo Acordo Verde” é um plano ambiental que pretende criar uma economia mais amiga do meio ambiente naquele país, até 2030. Também pretende unir questões sociais e ecológicas, incorporando pautas dos movimentos populares.

São cinco objetivos em 10 anos. O mais ambicioso deles, a conversão da matriz energética dos Estados Unidos em algo próximo de 100% com fontes de energia limpa, renovável e sem emissões de carbono.

José Eustáquio Diniz Alves, professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, analisou o projeto em artigo publicado no portal EcoDebate.

Segundo ele, não será fácil implementar a proposta, entre outros motivos, porque “é impossível viabilizar um novo projeto verde para os EUA se for baseado no crescimento demoeconômico do país”.

Alves está se referindo, especialmente, ao desenfreado consumismo estadunidense. Tao lucrativo para alguns poucos, como desastroso para a enorme maioria, de lá e do resto do planeta.

A proposta inspira-se no “New Deal”. Uma série de programas implementados nos Estados Unidos entre 1933 e 1937, sob o governo Roosevelt, para recuperar a economia estadunidense após a Grande Depressão de 1929.

Realmente a recuperação econômica estadunidense no período posterior foi impressionante. Mas há muitas evidências de que esse sucesso se deveu muito mais à Segunda Guerra Mundial que ao New Deal.

A “recuperação” econômica aconteceu, principalmente, graças à barbárie que queimou muitos milhões de vidas pelo planeta. É assim que o capitalismo se recicla. No lugar do verde, a cor do sangue dos explorados.

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