Doses maiores

3 de setembro de 2010

O Hino Nacional da injustiça social

O Hino Nacional brasileiro é a cara de uma sociedade injusta. A começar por seu vocabulário. “Lábaro”, “garrida”, “impávido” são algumas das palavras que mais de 99% dos brasileiros não conhecem.

“Gigante pela própria natureza”, o país foi mantido unido a ferro e fogo. Revoltas populares aconteceram no Pará, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Queriam as liberdades prometidas durante o processo de independência. O fim da escravidão era uma delas. Foram massacradas a mando da classe dominante.

A “mãe gentil” de que fala o Hino tem muitos filhos. A grande maioria está condenada à pobreza. Enquanto isso, alguns poucos são mimados com o que há de mais luxuoso. Mãe? Talvez. Desnaturada? Com certeza.

O “florão da América” sempre foi governado por quem explora e oprime os povos vizinhos. Desde a Guerra do Paraguai até os serviços prestados pelos carrascos da ditadura militar às ditaduras uruguaia, argentina e chilena nos anos 70.

Hoje, multinacionais brasileiras, como a Vale, Petrobras e Odebrecht fazem miséria em grande parte dos países sul-americanos. Já não se contentam em acabar com “nossos bosques” que “têm mais vida”. Também avançam sobre as matas e a vida de nossos vizinhos.

Já o “filho que não foge à luta”, é formado por negros e pobres. Na Guerra do Paraguai, por exemplo, a grande maioria dos 40 mil soldados brasileiros mortos era formada por escravos. Ou se alistaram em troca da liberdade, ou foram obrigados a ir para a guerra no lugar dos filhos de seus senhores.

O povo brasileiro ainda vai ter um hino que represente suas lutas. Enquanto isso, cantemos a Internacional. E, talvez, o hino dos clubes de nossos corações.

5 comentários:

  1. O povo só vai se revoltar quando ficarmos fora de uma copa do mundo, fora isso acho que essa revolta infelizmente nunca acontecerá. Incrivelmente os mais pobres são adoradores do sistema, pois almejam um futuro burguês através do trabalho.

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  2. Juliano, não sei se o povo adora o sistema. Acho que o suporta. Há muita revolta mal canalizada. No futebol, essa revolta se manifesta na violência das torcidas. De qualquer maneira, é verdade que o sistema sabe fazer a cabeça do povo. Nós temos que fazer o mesmo usando nossos valores e idéias.
    Valeu pelo comentário. Abraço!

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  3. É verdade, essa revolta muitas vezes é canalizada de outras formas. O que eu quis dizer é que muitas pessoas menos favorecidas querem que o seu sonho de enriquecer se mantenha vivo, por isso não querem grandes modificações, ou talvez nem tenham idéia de que há alternativas. Sempre leio o seu blog e gosto muito dos textos.

    Abraços

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  4. Estamos juntos para tentar mudar este cenário, para que um dia a terra adorada seja um berço esplêndido para todos e todas e não só para alguns poucos. MOS ( Movimento de Oposição Serventuária do Judiciário Estadual do RJ )

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