O fato é que nunca entrou tanto dinheiro estrangeiro no Brasil como nos últimos anos. E nunca houve tantas fusões e aquisições. Números comemorados por especialistas, empresários, governos e pela mídia comercial. Então, é melhor desconfiar.
O economista Adriano Benayon publicou três artigos sobre desnacionalização da economia na revista “A Nova Democracia”, entre novembro de 2010 a janeiro de 2011. Segundo, Benayon, “Em todos os setores da economia, as transnacionais vêm ampliando e aprofundando seus domínios”. Alguns dados sobre os investimentos estrangeiros:
Em 2001, 59,6% de seus investimentos foram no setor de serviços, 33% na indústria, e 7,1% em agropecuária e mineração. Em 2008, esses percentuais passaram a 38%, 32% e 30%.A verdade é que o capital estrangeiro está no controle da economia nacional há bastante tempo. Ainda segundo Benayon:
75%, do capital total das grandes e médias empresas em atividade no Brasil [estão] sob controle de subsidiárias, registradas no Brasil, de transnacionais com matrizes sediadas no exterior, ou diretamente por empresas estrangeiras.Ao mesmo tempo, o economista diz que “gigantes nacionais”, como a Petrobras e a Vale, têm a maior parte dos lucros abocanhada por acionistas estrangeiros. Considerando-se esse tipo de participação, aqueles 75% de controle internacional subiriam para uns 90%.
Detalhe: a Repsol, invadida pelos chineses, é espanhola. Então, falar em defender a indústria nacional é como chorar um leite que foi derramado há muito tempo. Aquele cuja produção está sob controle da Nestlé, Parmalat, Fleischmann-Royal, Cirio e Danone.
Melhor admitir que a idéia é proteger os capitalistas transnacionais que já exploram nossos recursos naturais contra seus concorrentes asiáticos.
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