Big Brother Brasil chega a sua 11ª edição. O programa consegue ser uma amostra de tudo o que há de mais podre no convívio social. São indivíduos voltados para o sórdido. Se for preciso, um usa o machismo. O outro, o racismo. Esta participante apela sexualmente. Aquele competidor semeia a discórdia. Uma outra é boa na mentira. Um grande ralo juntando podridão.
A crescente ridicularização de homossexuais na atração só reforçou esse quadro. É certo que houve até um vencedor gay, uma vez. Mas não é a regra. E muitos dos outros vencedores parecem ter sido deportados diretamente da era paleolítica. Além disso, o que não faltam são cenas eróticas entre casais heterossexuais. O mesmo não vale para pessoas do mesmo sexo. Gay tem que ser bem comportadinho. De preferência, um pouco folclórico. Vida afetiva devidamente reprimida. Caso contrário, dança.
Foi o que aconteceu agora com o transexual Ariadna, expulsa da casa depois de ter sua condição sexual utilizada para conquistar pontos na audiência. Talvez, seu maior crime tenha sido se envolver com um dos integrantes da casa. Claro que o rapaz logo se declarou desavisado.
Enquanto isso, o projeto contra a homofobia em discussão no Congresso acaba de ser arquivado. Ainda pode ser desarquivado, mas enfrenta muitas resistências. Seguimos sendo campeões mundiais em violência contra gays. Segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia, foram mais de 250 casos de homossexuais assassinados no Brasil em 2010. Recorde histórico.
A eliminação de Ariadna foi simbólica, claro. Simboliza a violência física bem real de que são vítimas os homossexuais no Brasil. Um paredão de preconceitos com conseqüências fatais.
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