A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas declarou 2011, Ano Internacional das Florestas. O objetivo seria mobilizar a comunidade internacional em defesa do “manejo sustentável” desse tipo de bioma.
Por sustentabilidade pode-se entender a exploração de recursos naturais de modo a garantir sua reposição. Do contrário, grande parte humanidade e muitas espécies animais e vegetais continuarão a caminho da extinção.
As florestas cobrem mais de 30% da área terrestre mundial, garantem a sobrevivência de 1,6 bilhão de pessoas e abrigam 80% da biodiversidade da Terra. Estes são alguns números de reportagem de Rogério Ferro publicada pelo Instituto Akatu, em 03/01/2011.
A iniciativa da ONU pode até ser bem intencionada. Mas, o mundo é governado por interesses que nada têm a ver com sustentabilidade. “Só em 2004, diz o texto de Ferro, o comércio mundial de produtos florestais movimentou US$ 327 bilhões”. Por essa lógica, destruir florestas significa matar uma galinha que bota muitos ovos de ouro.
O problema é que a preservação “sustentável” da natureza vem se tornando um negócio lucrativo. Em 2008, por exemplo, bancos europeus lançaram um fundo de US$ 200 milhões para venda de “créditos de carbono”. É o ar reduzido a mercadoria.
Mais recentemente, foi lançado o Banco da Árvore no mercado nacional. A “instituição” tem como objetivo ajudar empresas a neutralizar as emissões de carbono por que são responsáveis. O cliente calcula o impacto de seus empreendimentos e compensa através do plantio de árvores.
Bancos, fundos de investimento, empresas, empreendimentos, lucros. Tudo isso é pura competição capitalista. Um mecanismo que vem matando galinhas dos ovos de ouro há séculos.
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