Doses maiores

22 de julho de 2014

A surda cavalgada dos Cavaleiros do Apocalipse

Quando a Guerra Fria estava no auge, o modo como se manifestaria o Juízo Final parecia bastante claro. Americanos ou soviéticos apertariam o botão vermelho. Os Cavaleiros do Apocalipse chegariam montados em mísseis nucleares.

Com o fim da União Soviética, esse temor diminuiu. Restando apenas uma grande potência, havíamos chegado ao famoso Fim da História, previsto por Francis Fukuyama.

O 11 de Setembro desmentiria essa ideia. Era a tempestade semeada pelos próprios Estados Unidos. A primeira Guerra do Golfo promovida pelos americanos desagradou alguns de seus antigos aliados na luta contra os soviéticos. Eram Bin Laden e sua organização terrorista, que responderiam com a destruição das Torres Gêmeas.  

Junte-se a isso a invasão do Iraque, o apoio incondicional ao genocídio sionista contra os palestinos e o financiamento de ditaduras em vários pontos do planeta. As consequências trágicas mais recentes disso tudo são a derrubada do avião comercial na Ucrânia e o massacre em Gaza por Israel.

Há quem escolha Putin como herói no primeiro caso. Patético. O ex-chefe da funesta polícia política soviética governa a Rússia há 15 anos, esmagando qualquer oposição.

Também há quem justifique os ataques israelenses como medidas defensivas. Estupidez. Seria como destruir um bairro inteiro para matar alguns moradores, supostamente bandidos.

Enquanto isso, a crise econômica persiste firme e forte. A Europa afunda sob o peso da austeridade imposta pelo capital financeiro. Os seis maiores bancos americanos estão hoje com patrimônios maiores do que tinham antes da crise. Os “emergentes” liquefazem. Para não falar nos colapsos climático, alimentar, sanitário...

Mesmo com tanto ruído, é possível ouvir uma surda cavalgada se aproximando.

Leia também: As últimas badaladas do Relógio do Apocalipse

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