Doses maiores

25 de outubro de 2015

Para bom entendedor, meia palavra bas...

Trecho da reportagem “Novo julgamento de decapitada revisa histeria ao misticismo”, de Renato Grandelle, publicada no Globo, em 24/10:

Ninguém gostava da italiana Maria Bertoletti Toldini. Em 1715, ela era uma viúva sem filhos, recém-casada com um sacerdote e empenhada em disputar uma herança com sua antiga família. Os parentes deram o troco. Foram ao juizado da pequena cidade de Brentonico e a acusaram de bruxaria. Ela teria cozinhado um menino de 5 anos e, com seus feitiços, arruinado a lavoura local. Maria foi decapitada e teve o corpo queimado em praça pública.

Depoimento de uma presidiária negra na matéria “A justiça é branca e rica” publicada por Djamila Ribeiro na Carta Capital em 22/10:

Quando fui presa, trabalhava como carroceira e morava nas ruas, embaixo do viaduto do Glicério. Eu tava na cracolândia e o policial me levou. Eu engoli três pedras de crack pra não ser presa. Já perdi as contas de quantas vezes vim pra cá. A primeira vez foi com 17 anos quando fui para a Febem, e hoje tenho 49 anos. Já vivi mais aqui do que lá fora. O que eu quero hoje é poder ficar com minha filha mais perto e meu neto. O pai do menino a polícia matou e eles querem levar meu neto para a adoção, mas eu não vou deixar.

Entre um e outro caso, 300 anos se arrastaram. E ainda há quem ache que a luta feminista não tem razão de ser. São os mesmos que estão prontos a reacender antigas fogueiras.

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