Doses maiores

27 de janeiro de 2017

Em meio à confusão neoliberal, dois presidentes ilegítimos

Em 27/01, Antonio Luiz M. C. Costa publicou na Carta Capital artigo mostrando como “o consenso neoliberal” anda “de pernas para o ar”. Um trecho:

Com o Reino Unido, o mais tradicional arauto do livre-comércio, entregue ao nacionalismo, os Estados Unidos às vésperas de empossar um presidente em confronto aberto com as organizações multilaterais e a União Europeia em risco de desintegração, sobrou Xi Jinping, herdeiro da revolução maoísta e líder do maior partido comunista do planeta, para abrir os trabalhos e salvar a globalização da orfandade.

Xi prometeu manter suas fronteiras abertas, defendeu o Acordo de Paris contra a mudança climática e deu lições de liberalismo contra a guerra comercial: “O protecionismo é como se trancar em um quarto escuro: vento e chuva ficam do lado de fora, mas também a luz e o ar. Cortar os fluxos de capital, produtos e pessoas entre economias e canalizar as águas do oceano para baías e lagos isolados é impossível”.

Diante dessa confusão toda, como fica a política externa do governo golpista? Segundo seu formulador, José Serra, é hora de abandonar alinhamentos sem “conotação ideológica”. Com destaque para a “reaproximação” com os Estados Unidos.

Mas o que fez Temer no dia de sua posse? Viajou para a China, alvo principal dos ataques de ninguém mais que Donald Trump. Ou seja, a política externa de Serra bateu de frente com a de seu parceiro comercial prioritário “não ideológico”.

Felizmente, em relação a suas políticas internas, os dois países têm em comum algo muito importante. Ambos são governados por presidentes escolhidos por sistemas políticos sem legitimidade popular.

3 comentários:

  1. Sergio, não sei se foi proposital, mas a foto que colocou do Trump está igual ao Coringa. Coitado, não merecia esta semelhança. Abraço.

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    1. Bom, a foto é do Temer, que deveria estar parecendo com o Trump. Mas se a mistura dos dois ficou parecendo o Coringa, pior pro Coringa...
      Bração

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    2. Ri muito do "pior pro Coringa". Abraço

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