Doses maiores

3 de maio de 2011

Violência revolucionária não é terrorismo

Bin Laden começou sua carreira de terrorista com apoio do governo dos Estados Unidos. Em 1979, ele liderava muçulmanos fanáticos na luta contra a ocupação soviética do Afeganistão. Para derrotar o imperialismo russo, os americanos armaram e financiaram suas tropas. Eram guerrilheiros que matavam e esquartejavam mulheres e crianças. Para a imprensa americana, eram os “lutadores da liberdade”.

A mesma tática foi utilizada com Saddam Hussein. O ditador iraquiano também recebeu forte apoio dos Estados Unidos em sua guerra contra o Irã, em 1980. Na verdade, Hussein foi usado pelo imperialismo ianque. A esta altura, os aiatolás já haviam transformado o regime iraniano numa ditadura. Mas, seu crime maior foi desrespeitar os interesses econômicos americanos e desafiar Israel.

Depois, tanto Bin Laden como Saddam tornaram-se inimigos dos Estados Unidos. Já não interessavam em seu jogo podre na região. Ambos acabaram encontrando a morte. Não foram páreo para o monstruoso poder do Estado americano.

O importante nisso tudo é não confundir terrorismo com violência revolucionária. Esta última é inevitável porque os poderosos utilizam os piores e mais sujos meios para manter seus privilégios. Isso se mostrou verdadeiro em todos os movimentos revolucionários da história, vitoriosos ou não.

Terrorismo é ação isolada, que atinge muito mais os explorados do que os exploradores. Assassinos como Bin Laden facilitam o serviço dos poderosos. Ajudam a confundir revolução com terror, socialismo com ditadura, coragem com intolerância, firmeza ideológica com fanatismo.

E também ajudam a esconder os crimes dos estados imperialistas. Mais numerosos e sanguinários que os do próprio terrorismo.

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