O principal alvo dos ataques imperialistas não é Kadafi. O ditador era compadre de Berlusconi e Sarkozy até o mês passado. Semanas atrás, seu governo ainda mantinha negócios com poderosos grupos capitalistas. Tornou-se inimigo deles quando virou alvo da ira de seu povo.
A verdadeira ameaça é o controle popular de um país com enormes reservas de petróleo e gás. A resistência sanguinária de Kadafi foi o pretexto que os imperialistas precisavam para se meter na briga. Querem esfriar os ânimos na região e assumir o controle direto da Líbia e suas riquezas.
Nesse confusão toda, muitos setores da esquerda mundial estão presos num jogo sem sentido. Alguns consideram os ataques estrangeiros um mal menor. Outros acham o mesmo em relação a apoiar Kadafi. Para os socialistas, optar por um dos dois lados é o mesmo que escolher o diabo mais manso para fazer um pacto. Qualquer que seja a opção, a alma estará condenada.
Um texto do marxista espanhol David Karvala deixa bem claro o que está em jogo na Líbia. “Não se pode fazer uma revolução sob a proteção militar dos Estados Unidos e seus aliados”, diz ele. “Bombardeios ocidentais não vão favorecer a revolução, só fortalecerão o ditador”, afirma.
Vale a pena ler o texto na íntegra: Gaddafi mata e o imperialismo mata mais
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