Doses maiores

24 de maio de 2012

Fim da crise? Em um ou dois séculos...

A crise não voltou porque nunca foi embora. É o que diz o economista James K. Galbraith, professor de Economia na Universidade de Austin, no Texas. Em entrevista à Agência Estado publicada em 23/05, ele explica:

O risco é o mesmo de 2008, de que haja corrida, de que haja pânico. Nem chegamos a sair da crise anterior. Ainda estamos nela.

Os últimos acontecimentos confirmam. A saída da Grécia da Zona do Euro torna-se cada vez mais provável. Ontem, houve uma “reunião extraordinária dos dirigentes europeus”. O impasse continua.

Alguns dos governantes defendem menos dureza em relação aos gregos. Entre eles, o recém-eleito presidente francês, Francois Hollande. Mas a chanceler alemã Angela Merkel discorda. De concreto, apenas um aviso para que os países da região se preparem para uma eventual saída da Grécia do Euro.

Além disso, há temor em relação à situação dos bancos espanhóis. A origem do problema é a desvalorização dos imóveis. Algo muito parecido com o que ocorreu nos Estados Unidos, em 2008. Um deles, o Bankia, está precisando de ajuda urgente. O governo espanhol promete socorrer. Só que isso incharia ainda mais a enorme dívida pública espanhola.

Foi o bastante para que as bolsas do mundo todo desabassem. Mas isso foi ontem. Hoje, O Globo traz matéria cujo título é “EUA recebem alerta de recessão para o primeiro semestre de 2013”. O encolhimento econômico viria devido ao fim do socorro financeiro oficial.  

Voltando à entrevista com Galbraith, à pergunta sobre quanto tempo o mundo levaria para sair da crise, ele respondeu:

Acho que um século ou dois. Acho que meus bisnetos talvez vejam isso.

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