Daí, o autor tira
a seguinte conclusão: “o comércio foi, e provavelmente ainda é, uma das
principais forças de manutenção da paz mundial”. E justifica: “com a
possibilidade do comércio, meus vizinhos se tornam, pela primeira vez, mais
valiosos vivos do que mortos”.
Não é o que se
deduz do artigo “O capitalismo americano”, publicado por José Luís Fiori no
Valor, em 29/08. O texto cita as duas potências campeãs do livre mercado: Inglaterra
e Estados Unidos. Vejamos o que Fiori diz sobre as relações entre esses
dois países e a “paz mundial”:
...nos
cerca de 250 anos de história independente, os EUA iniciaram - em média- uma
guerra a cada três anos, exatamente como a Inglaterra. Contando com a vantagem
de ser "membro por nascimento" da pequena comunidade dos estados
produtores da "ética internacional" que arbitram as "guerras
justas" e o "livre-comércio".
...a
"guerra contínua" teve um papel estratégico no desenho das políticas
industrial e agrícola, e no desenvolvimento científico e tecnológico dos EUA; e
por fim, a expansão política, territorial e bélica dos EUA foi na frente do processo
de internacionalização das grandes corporações, do capital financeiro e da
moeda americana.
Lembremos
também as duas guerras mundiais que mataram dezenas de milhões, basicamente por disputa de mercados.
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