Questões
religiosas não deveriam estar no
centro de uma
campanha eleitoral. Na verdade, não estão. Temas como aborto e homossexualidade
são apenas uma cortina de fumaça. Esconde o que realmente está em jogo. Envolve
igrejas, mas tem pouco a ver com religião.
Em
05/09, Magali Cunha, autora do livro "A explosão gospel" deu uma
entrevista ao site IHU On-Line. A pesquisadora alerta para o aumento do número
de evangélicos “sem igreja determinada”. Seriam fiéis que não “especificam
vinculação com as religiões, ou frequentam diferentes igrejas ao mesmo tempo,
inclusive pequenas igrejas independentes”. Isso aconteceria porque começa a
imperar:
...a busca de satisfação individual que torna
possível, por meio da oferta, uma escolha do tipo de proposta religiosa que
satisfaz a necessidade mais premente, seja ela de tipo de culto (moderno ou
tradicional), de bênção material (cura, pedido de emprego, de sucesso no
relacionamento amoroso) ou mesmo de socialização compreendida como “sadia”.
Não
por acaso surgem igrejas voltadas para “grupos específicos, como jovens,
esportistas, roqueiros, grupos undergrounds, gays”, diz ela. E aumentam as
disputas entre as próprias igrejas evangélicas. É disputa de mercado.
A
política institucional tem pouco a ver com os interesses da maioria da
sociedade. As igrejas também cuidam cada vez mais de interesses muito materiais.
Na verdade, ambas sempre fizeram isso, mas já não conseguem esconder. É umas
das poucas vantagens do desenvolvimento capitalista. Vai arrancando máscaras.
Leia também: O
domínio da teologia da mercadoria
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