Mas erro maior é
considerar operários como sinônimo de classe trabalhadora. Conclusão que,
muitas vezes, é produto de uma leitura superficial de Marx. O revolucionário
alemão convocou os proletários a se unirem para derrubar o Capital. Dirigia-se a
todos aqueles que são obrigados a vender sua força de trabalho para sobreviver.
Claro que há
grandes diferenças entre os proletários. Ninguém nega o valor social dos
professores, por exemplo. No entanto, uma greve de educadores pode se estender
por meses. Já paralisações de operários, dificilmente duram mais que alguns
dias. Não pelo valor social da categoria. Mas pelos lucros que a suspensão de sua
exploração deixa de gerar.
Ou seja, tudo
depende do lugar ocupado pelos trabalhadores na produção. Quanto mais
essenciais para a realização dos lucros, maior seu potencial para abalar todo o
sistema.
Até meados dos
anos 50, enormes exércitos operários lotavam as fábricas. Já não é assim. Mas nunca
houve tantos operários no mundo. O capitalismo estatal chinês tem imensa
contribuição nisso.
Na verdade, parece
que as relações capitalistas finalmente alcançam todos os cantos do planeta. Isso
não faz dos operários maioria entre os trabalhadores. Ainda assim, são eles que mais
lutas acumulam contra o Capital. Os que mais cometeram erros nessa guerra. Não são
os únicos, mas os melhores educadores de si mesmos e do restante dos explorados.
Leia também: Occupy
precisa aprender com a classe operária
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