Doses maiores

12 de dezembro de 2012

Capital brasileiro saqueando Moçambique

“Empresas verde-amarelas redescobrem o país e, juntas, desbancam Portugal do posto de maior investidor estrangeiro”. É assim que o caderno “Amanhã” de O Globo resume a forte presença de empresas brasileiras em Moçambique.

Publicada em 11/12, a matéria mostra todo o poder do capital sediado no Brasil em terras moçambicanas. Vale, Camargo Corrêa e Odebrecht, à frente. A primeira explorando carvão e as outras construindo obras gigantescas. Muito provavelmente, provocando as mesmas tragédias sociais e ambientais que cometem aqui e em outros lugares do mundo.

Como se não bastasse, “o agronegócio está virando a mais nova frente de atividade para os empresários brasileiros”, diz a reportagem. Os reis da soja, milho e algodão estão de olho em seis milhões de hectares. As terras pertencem ao Estado e o governo escolheu o capital “verde e amarelo” como favorito para explorar essa imensidão territorial.

A matéria fala do grande potencial da savana moçambicana. Considerada semelhante ao cerrado brasileiro, ela receberá o “Pró-Savana”, da Embrapa. Um programa de cooperação que repetirá o que foi feito no Centro-Oeste brasileiro: “a implantação de monoculturas voltadas à exportação”.

O resultado desta opção para o nosso cerrado foi um desastre. A destruição de grande parte de sua fauna e flora nativas. A cientista política Ana Saggioro Garcia foi ligeiramente citada na reportagem. Lembrando o título do livro de Eduardo Galeano, ela disse: “A sensação é a de ‘veias abertas’ da terra, sendo sugadas, indo para fora”.

É o Imperialismo Jr. brasileiro substituindo os colonizadores portugueses. E com ajuda de um governo de esquerda. Que o povo moçambicano nos perdoe tamanha vergonha.

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