Doses maiores

11 de dezembro de 2012

O instinto assassino do capitalismo

Dois textos publicados recentemente página da Carta Maior mostram como o capitalismo pode ser cruel. "Bancos contra povos: os bastidores de um jogo manipulado!", de Eric Toussaint, desmente a ideia de que as dívidas que vêm quebrando países da Europa são públicas:

A dívida bruta dos Estados da zona do euro representava 86% do PIB dos 17 países em 2011. A dívida pública grega representava 162% do PIB grego em 2011. Por seu turno, as dívidas do setor financeiro representam 311% do PIB, ou seja, o dobro. A dívida pública espanhola atingiu 62% do PIB em 2011. No entanto, as dívidas do setor financeiro atingiram 203%, ou seja, o triplo da dívida pública.

Mesmo assim, todos os pacotes de ajuda usando dinheiro público beneficiaram bancos privados endividados.

Enquanto isso, o título da reportagem de Naira Hofmeister fala por si só: “Bancos desalojam 500 famílias espanholas por dia”. Segundo Naira, a “previsão das associações de consumidores é de que até o final de 2012 o número total de desalojamentos forçados ultrapasse os 100 mil”.

É pior que do que parece. Por causa da crise, os imóveis ficam vazios, mas os despejados continuam endividados. “Os débitos variam entre 150 e 300 mil euros”, diz a reportagem. O resultado foi um aumento nos suicídios: “Em 40 dias, quatro pessoas”.

Na grande crise de 1929, ficaram famosos os suicídios de empresários e banqueiros falidos. Hoje, ganharam uma bilionária rede de proteção dos governos. Tal como eles, o capitalismo não cometerá suicídio. Cabe aos explorados e oprimidos voltar contra o sistema seu próprio instinto assassino. Manifestações e Greve Geral neles!

Leia também: Na Europa, greve geral contra a barbárie

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