Doses maiores

17 de dezembro de 2012

Massacres nos EUA: por que em escolas?

Outro massacre nos Estados Unidos assusta o mundo. Vinte crianças e seis adultos foram mortos em 14/12 em uma escola de Newtown, Connecticut. O assassino seria um ex-aluno do estabelecimento.

Com razão, a grande imprensa culpa a liberdade para comprar armas de fogo no país. Mas há uma pergunta a ser feita. Por que esses massacres acontecem principalmente em escolas ou universidades?

É o que indica Francisco Carlos Teixeira em artigo publicado na Carta Maior, em 15/12. Em "Mass Murder" nas escolas: aconteceu...mais uma vez!” ele contabiliza “177 ataques contra ‘High Schools’ (a partir de 1853) e 111 outros contra ‘Elementary schools’, incluindo o atual ataque”.

Jornalistas falam na necessidade de regras mais rigorosas no comércio de armas. Exigir antecendentes criminais dos compradores, por exemplo. Mas muitos dos assassinos tinham como antecedentes sua própria ficha escolar nos lugares em que cometeram seus crimes.

Ao contrário do que acha o senso comum, a maior função das escolas não é ensinar. Desde os estudos de Michel Foucault, sabemos que elas existem principalmente para disciplinar. O filósofo francês mostrou como as escolas se baseiam nas prisões. Sua lógica é a da vigilância e controle. Algo bem distante do que seriam os objetivos da pedagogia.

As escolas não são culpadas pela loucura assassina de uns poucos. Mas não deveriam ser o lugar para onde alguns de seus próprios alunos voltam para matar. Talvez, a indisciplina dos alunos não seja o maior problema das escolas. Elas é que podem estar se tornando um grande problema para seus alunos e, portanto, para o restante de nós.

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