Doses maiores

6 de dezembro de 2012

Pequena política, grandes estragos

"Se eu fosse político de direita, iam inventar uma namorada mais jovem, 18 anos. Como sou de esquerda, sobrou uma mais velha”. Segundo a edição de O Globo de 04/12, esta frase teria sido dita por Lula a um grupo de amigos. Refere-se ao suposto caso amoroso com Rosemary Noronha, que estaria envolvida em casos de corrupção envolvendo as agências reguladoras.

O governador Eduardo Campos (PSB-PE) disse que o ex-presidente merece respeito pelo legado deixado por seu governo. As lideranças do PT não gostaram, diz a jornalista Vera Magalhães na Folha do dia 05/12. Os petistas entenderam que a frase de Campos estaria considerando Lula como coisa do passado. É verdade que o próprio Lula afirma que não será mais candidato a nada, dizem os petistas, mas somente ele pode dizer isso. Seus aliados, não.

Como se vê, um debate em nível de rodapé. É a pequena política. Aquela que, segundo Gramsci, “compreende as questões parciais e quotidianas que se apresentam no interior das estruturas já estabelecidas, em virtude de lutas pela predominância entre as diversas facções de uma mesma classe política”.

Enquanto isso, ninguém discute as agências reguladoras. Essas autarquias criadas pelos tucanos para proteger os interesses dos controladores dos serviços privatizados. Comitês a serviço das gigantes da telefonia, aviação comercial, transportes, eletricidade etc. É assim que serviços mais que duvidosos obtêm lucro certo às custas de grandes estragos nos bolsos da população.

Uma vez hospedados no poder, o que os petistas fizeram? Mantiveram intactas as agências reguladoras. Era mais um cantinho para suas minúsculas ambições. Outro grande feito que apequena o governo do PT.

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