Doses maiores

20 de dezembro de 2012

Não perca a esperança. O fim do mundo vem aí

Os maias avisam: seu calendário não prevê o fim do mundo no dia 21/12. Segundo notícia publicada pela Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação, descendentes dos maias asseguram que a data marca apenas os primeiros 5.200 anos de existência de sua civilização.

Mas isso não deve mudar muita coisa. A grande maioria das pessoas parece esperar avidamente que tudo acabe numa imensa bola de fogo.

A ideia de que haverá um fim dos tempos é produto das religiões monoteístas ocidentais. Para judaísmo, cristianismo e islamismo, um dia o mundo acaba e todos são julgados por suas ações. Os inocentes irão para o paraíso e os condenados arderão no inferno.

Até a Idade Média, essa ameaça apavorava as pessoas. Na era do espetáculo, tornou-se um evento festivo. No Facebook, por exemplo, muita gente já confirmou presença.

Durante palestra da série “O futuro não é mais como era”, José Miguel Wisnik, abordou a atração que o Apocalipse exerce sobre o público contemporâneo.  Fascinação que pode ser medida pelo sucesso dos filmes de catástrofes.

Para Wisnik, isso aconteceria porque o capitalismo impõe um ritmo intenso, sem descanso e sem sentido. O comércio de mercadorias só teria por finalidade fazer circular dinheiro e finanças. O consumo leva a um acúmulo de dívidas, não de bens necessários. O lazer ficou reduzido a mais um momento para consumir.

Diante desse frenesi desgovernado, o fim dos tempos aparece com um momento de alívio. Seria um definitivo encerramento das atividades. Férias sem fim, aposentadoria apocalíptica. Ou seja, quase uma esperança. Só falta que os maias venham nos frustrar!

Leia também: No ar, o Jornal Impossível

Nenhum comentário:

Postar um comentário