Doses maiores

17 de março de 2017

Eleanor Marx, boa de briga

Certa vez, revolucionários russos visitaram a residência dos Marx. Engels estava presente e no debate que se seguiu sobre a luta revolucionária na Rússia, ele e Marx se declararam absolutamente contrários ao terrorismo tão característico da cena política russa.

Para eles, era preciso um movimento popular representativo, de base ampla na Rússia. Não de ações protagonizadas por milícias clandestinas. Eleanor acompanhava o debate sem expressar opinião, mas não pareceu totalmente convencida dos argumentos de seu pai e do tio “postiço”.

Eleanor engajou-se decididamente na luta dos irlandeses contra o domínio inglês. Seu pai e Engels também simpatizavam com a causa. Mas desaprovavam fortemente a utilização de ações armadas, conspirações e iniciativas violentas. Eleanor discordava deles...

Por outro lado, certa vez, ela criticou seu companheiro de luta, William Morris, por afirmar que a revolução não seria feita até que o povo estivesse armado: "Ele parece não entender que, quando todas as pessoas estiverem armadas, não haverá necessidade de revolução".

Mas essa postura não servia para justificar qualquer recuo diante da superioridade militar do inimigo.

Em uma manifestação de desempregados no centro de Londres, ela ficou à frente dos manifestantes forçando passagem por entre os cerca de 4 mil policiais presentes. Quando eles começaram a bater, muitos manifestantes assustados fugiram em pânico.

Eleanor ficou furiosa: "Só depois de eu ter gritado até ficar rouca chamando os homens para ficar e lutar, alguns retornaram”. Detalhe: seu marido, Edward Aveling, “evaporou” logo que a pancadaria começou.

Não tinha medo a caçulinha de Jenny e Karl Marx.

Tudo isso e mais estão na biografia “Eleanor Marx”, de Rachel Holmes.

Leia também: Eleanor Marx na caldeira da luta de classes

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