Doses maiores

25 de julho de 2019

Inteligência Artificial e burrice ambiental

O uso da inteligência artificial vem se revelando extremamente problemático. Em recente artigo, Silvia Ribeiro pesquisadora do Grupo ETC, apresenta alguns exemplos:

Ao se basear em algoritmos determinados pelas metas comerciais dos desenvolvedores e seu contexto econômico e cultural, ela repete esquemas discriminatórios e racistas. Por exemplo, estão sendo usados sistemas de inteligência artificial em instituições bancárias - para avaliação de créditos, empréstimos, investimentos - e instituições judiciais, para administrar sentenças, locais de detenção, etc. Em ambos os casos, foi demonstrado que o sistema é discriminatório e racista: por exemplo, se a pessoa "avaliada" é negra ou latina nos Estados Unidos, o sistema avalia automaticamente como menos confiável e mais perigosa, supostamente baseado na porcentagem histórica de pessoas presas e/ou condenadas. Como esta já é uma base racista e discriminatória, a inteligência artificial a reafirma e a aumenta.

Mas, como mostra seu título, o tema do artigo é outro: “Inteligência artificial aumenta o caos climático”.

Ela cita um estudo que, entre outros exemplos, usa como referência um automóvel, que emite em média 57 toneladas de CO2 durante sua vida útil. Pois bem:

O treinamento de uma unidade de inteligência artificial capaz de decifrar e manejar a linguagem poderia emitir até 284 toneladas de carbono, cinco vezes mais. Isso significa cerca de 315 vezes as emissões de um voo de costa a costa dos Estados Unidos e 56 vezes o consumo médio de energia de um ser humano em toda a sua vida.

Então, sabe aquele discurso bonitinho das grandes empresas digitais, como Facebook, Apple, Microsoft e Google sobre fontes renováveis? Além de fake, é sujo.

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