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24 de janeiro de 2020

Lênin e o centralismo democrático

O conceito de centralismo democrático começou a ser formulado por Lênin em 1902, no livro “O que fazer?”. Referia-se ao modo como deveria funcionar um partido revolucionário.

O conceito prevê que divergências e contestações são livres durante os debates sobre uma ação ou linha de conduta. Mas uma vez tomada uma decisão, todos deveriam contribuir para implementá-la.

Mas tanto a Liga Comunista como a Associação Internacional dos Trabalhadores, da época de Marx, já previam a necessidade de que seus membros agissem de forma unitária.

Já nas primeiras lutas sindicais, o centralismo estava presente. Numa assembleia, podem se apresentar posições contrárias ou favoráveis a uma greve, por exemplo. Porém, uma vez aprovada a paralisação, todos devem construí-la. Quem não o fizer, é fura-greve.

Muitos revolucionários condenam toda forma de centralismo. Não sem alguma razão, haja vista as formas autoritárias que ele pode assumir.

No campo da esquerda, foi principalmente o stalinismo que transformou o centralismo democrático em centralismo burocrático. Aquele no qual a direção do partido manda e a base obedece. Sua adoção por organizações de esquerda não é apenas um erro organizativo, mas uma vitória da burguesia em nosso meio.

O problema é que tal como na época de Lênin, continuamos a enfrentar uma classe dominante que unifica todo o seu poder contra os de baixo, quando estes ousam questionar seus interesses. É mais um elemento da luta de classes em que Lênin continua atual. Responder da forma mais unitária possível é o mínimo que podemos fazer.

Para entender melhor essa polêmica, segue um texto de 2004: Centralismo democrático: entre a pedra e o caminho.

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