Doses maiores

13 de dezembro de 2010

COP-16: “Planeta ou Morte”, diz Evo

A Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-16) terminou. Grande imprensa e autoridades comemoram. Como representantes da destruição capitalista, só podiam ficar felizes. Felizmente, houve uma honrosa exceção. O governo boliviano foi o único entre os 194 representados em Cancún a denunciar o acordo final como mais uma fraude.

Entre os itens comemorados está a manutenção do Protocolo de Kyoto, que prevê a redução de emissão de gases estufa. Aquele que quase ninguém cumpre. Principalmente os países que mais poluem. O mesmo que os Estados Unidos nunca assinaram, apesar de possuírem as chaminés mais porcas do mundo.

Outra “vitória” é a criação de um Fundo Verde para financiar “ações de combate ao aquecimento global”. Mais um passo para a formação do “mercado de carbono”. Também foi criada uma premiação em dinheiro para países que preservarem suas florestas.

Combater a destruição ambiental com mecanismos de mercado só pode ser piada de mau gosto. É como combater tumor maligno com substâncias cancerígenas. Afinal, é o funcionamento do capitalismo que vem destruindo o meio-ambiente. Além disso, ficar negociando carbono pode ser mais uma chance de formar outra bolha especulativa.

É por isso que Evo Morales estava coberto de razão quando declarou: "converter a natureza em mercadoria é garantir a sobrevivência do capitalismo". E completou, afirmando que não basta gritar “Pátria ou morte”. “Temos que dizer planeta ou morte porque ou morre o capitalismo ou morre a Mãe Terra”.

Ideal mesmo seria que reuniões como estas fossem soterradas pela ação organizada dos povos do planeta.

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