Em Cancún, no México, está começando a Conferência da ONU sobre Mudança Climática. Novamente, não deve haver avanços no estabelecimento de metas para redução dos gases que provocam mudanças climáticas.
Um dos maiores obstáculos para um acordo é um impasse entre Estados Unidos e China. Esta última só admite reduzir sua emissão de poluentes se os americanos derem o exemplo. Os Estados Unidos dizem que até fariam sua parte, mas desconfiam da transparência dos dados chineses. Tudo isso é conversa fiada. Essa briga é só a ponta de uma encrenca muito maior.
A verdade é que o parque industrial da China é multinacional. O grosso dos lucros de sua enorme produção vai para grandes empresários do mundo todo. Magnatas que transferiram seus negócios para lá. Muitos deles, americanos. Ao mesmo tempo, as compras chinesas movem as economias de meio mundo. Por fim, boa parte dos papéis da enorme dívida americana está aplicada em negócios chineses.
Uma diminuição do ritmo de produção na China poderia paralisar o comércio mundial. Também reduziria a remessa de lucros para a já enfraquecida economia estadunidense. O governo americano seria levado a emprestar mais a seus empresários. Sua dívida chegaria a níveis próximos do calote. E o calote afetaria a economia chinesa.
Enquanto isso, os problemas ambientais se acumulam. A vida humana no planeta vai chegando a níveis insustentáveis. E apenas uns 120 milhões dos 6 bilhões de membros da família humana lucram algo com isso tudo. Enfim, uma encrenca em que só o capitalismo poderia nos meter. E da qual não tem como nos tirar.
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