O Brasil produz a todo vapor? Sim, claro. Significa mais empregos? Nem sempre. Em Manaus, a produção de TVs LCD cresceu mais de 150% de janeiro a outubro de 2010. Já, a Gatsby do Brasil deverá fechar o ano sem dois terços de seus funcionários. A empresa fabrica cabos para televisores na capital amazonense. Terá um faturamento 40% menor porque os aparelhos LCD não utilizam o sistema de cabos que a empresa produz.
Outro exemplo? A forte expansão da produção agrícola fez disparar a venda de tratores e máquinas agrícolas. Crescimento de 28% até outubro, em relação a 2008. A Engrecon fabrica engrenagens para tratores. Deve terminar o ano com produção 30% menor. E um terço a menos de trabalhadores.
Estes números estão na reportagem de Marta Watanabe, publicada hoje pelo Valor. Mostram que desindustrialização não que dizer necessariamente queda na produção industrial. Pode ser “a perda relativa de dinamismo da indústria na geração de renda e emprego". É o que admite um estudo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, também publicado pelo Valor, em 17/10.
Para o ministério, esta ameaça vem cercando a economia do país desde 2007. Momento em que a participação dos produtos manufaturados começou a cair. Estamos falando de máquinas, veículos, eletrodomésticos. Já, a exportação de commodities sobe. Principalmente, ferro, soja, alumínio. Para ter uma idéia, uma tonelada de minério de ferro custa cerca de 160 dólares. Este valor mal dá para comprar um par de tênis importado. Pergunta-se, quantos empregos giram em torno da produção e circulação de um e de outro?
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