“Há quem diga que sou anti-guerra: para que conste, não sou. Por vezes os países precisam ir à guerra e há guerras justas. Mas não há nada mais errado do que um governo mentir ao seu povo (...). Se uma guerra é justificada, então digam a verdade e o povo decidirá se a apóia”.Assange refere-se às mentiras criadas pelos americanos para justificar as invasões de Iraque e Afeganistão. Mas a história estadunidense tem muitos outros relatos sobre falsas justificativas para provocar guerras. É o que nos diz o livro “Uma história do povo dos Estados Unidos”, de Howard Zinn:
“Não foram os ataques de Hitler aos judeus que levaram os Estados Unidos a entrar na Segunda Guerra Mundial. (...). O ataque da Itália à Etiópia, a invasão da Áustria e a anexação da Tchecoslováquia por Hitler, assim como seu ataque à Polônia. Nenhum desses eventos levou os Estados Unidos a entrar na guerra (...). O que colocou os Estados Unidos na guerra efetivamente foi o ataque japonês a Pearl Harbor, no Havaí, em dezembro de 1941”.Mas o ataque à base americana não foi uma surpresa total. Segundo Zinn:
“Pearl Harbor foi apresentado ao público americano como uma ação surpreendente, chocante, imoral. Imoral foi mesmo, como qualquer outro bombardeio. Mas não foi surpreendente ou chocante para o governo americano”.Zinn cita, então, uma série de atos de agressão mútua entre os dois países, cujo início foi marcado por sanções econômicas americanas contra o Japão. Na verdade, os Estados Unidos vinham perdendo o controle de áreas importantes do Oceano Pacífico para os japoneses. Daí, tomar iniciativas para preparar um conflito militar.
O livro relata ainda uma conferência realizada na Casa Branca duas semanas antes de Pearl Harbor. Os registros do evento mostram que a guerra era considerada iminente e necessária. O debate central era como deveria ser justificada. O bombardeio chegou na hora certa. O resto foi feito pela grande imprensa, exagerando, distorcendo informações e escondendo o longo jogo de provocações que antecedeu o ataque japonês.
Leia o texto de Assange aqui
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