Além disso, Marx descobriu que o maior problema do capitalismo não é a miséria absoluta. Pior que ela, são a enorme desigualdade e o aumento da exploração gerados pelo sistema. Século e meio depois, muitos fatos dão razão ao revolucionário alemão.
É o caso da revolta que começa a se espalhar pelos Estados Unidos. O movimento “Ocupar Wall-Street” não reúne só miseráveis ou trabalhadores manuais. Ao contrário, são milhares de jovens com razoável formação profissional. Muitos deles, com nível superior.
E este é outro fenômeno previsto por Marx. O da formação de um trabalhador coletivo. Uma massa de pessoas formada para atender à produção capitalista. Intelectuais e peões igualados na condição de proletários. E com dificuldades parecidas em relação ao mercado de trabalho.
Muitos dizem que as reivindicações do movimento são pouco claras. Mas no jornal Página/12 de 07/10, Stephen Foley traduz o que seria o espírito do movimento:
...somos mais de 99% de norte-americanos comuns fora dos ganhos da economia da era pré-recessão, golpeadas pela crise e ignorados no dia a dia nos assuntos políticos que vão desde a educação até o meio ambiente e a guerra.A frase resume as principais razões da revolta. “99%” virou símbolo do movimento. Indica a enorme concentração de riqueza e poder na maior potência mundial. O descontentamento com a política oficial desmascara um sistema eleitoral controlado pelo grande capital.
É cedo para esperar desfechos revolucionários. Mas é possível antecipar grandes transformações.
Leia também: Vão ter que engolir Lênin, também
Nenhum comentário:
Postar um comentário