Acaba de ser divulgado um estudo que revela uma imensa concentração do capital mundial. Trata-se de “The network of global corporate control” (“A rede de controle das corporações globais”). Obra de Stefania Vitali, James B. Glattfelder e Stefano Battiston para o Instituto Federal de Tecnologia de Zurique.
A pesquisa levantou dados de 43 mil empresas multinacionais. Chegou à conclusão de que 80% do valor delas são controlados por 737 bancos, companhias de seguros e grandes grupos empresariais. Destes, somente 147 dominam 40% do valor econômico e financeiro de todas as outras empresas globais. Mas neste último grupo, 50 gigantes capitalistas formam um clube ainda mais poderoso.
Os autores afirmam que tamanha concentração é altamente vulnerável a um “risco sistêmico”. Ou seja, se um vacila, os outros tremem e o mundo inteiro sacode. Também mostra o poder que tais grupos têm para fazer valer seus interesses junto aos políticos. Explica porque os governos insistem em aprovar planos que favorecem o grande capital e penalizam os trabalhadores.
Lênin já alertava para esse fenômeno em seu livro “Imperialismo, fase superior do capitalismo”, de 1917. Num trecho ele diz:
Há meio século, quando Marx escreveu “O Capital”, a livre concorrência era, para a maior parte dos economistas, uma “lei natural”. A ciência oficial procurou aniquilar, por meio da conspiração do silêncio, a obra de Marx, que tinha demonstrado, com uma análise teórica e histórica do capitalismo, que a livre concorrência gera a concentração da produção, e que tal concentração, num certo grau do seu desenvolvimento, conduz ao monopólio. Agora o monopólio é um fato. Os economistas publicam montanhas de livros em que descrevem as diferentes manifestações do monopólio e continuam a declarar em coro que o marxismo foi refutado. Mas os fatos são teimosos e, (...) gostemos ou não, é preciso levá-los em conta.Gostem ou não os capitalistas, além de Marx, ainda vão ter que engolir Lênin.
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