Há na internete um longo artigo escrito por Maximilien Rubel e Janover Louis que demonstra isso. Escrito em 1977, o texto chama-se “Marx anarquista”. Os autores não deixam de criticar certos posicionamentos de Marx. No entanto, também destacam vários trechos de seus escritos que confirmam sua má vontade em relação ao Estado. É o caso da seguinte passagem sobre a Comuna de Paris:
A Comuna não foi uma revolução contra esta ou aquela forma de poder do Estado: monarquista, constitucional, republicana ou imperial. A Comuna foi uma revolução contra o Estado como tal. Contra esse aborto sobrenatural da sociedade. Foi uma ressurreição para o povo. A ressurreição de sua própria vida social. Não foi uma revolução que visava transferir o poder estatal de uma fração da classe dominante para outro, mas uma revolução para quebrar essa máquina terrível de dominação de classe. Não foi um daqueles confrontos menores entre as formas executiva e legislativa do poder de classe, mas uma revolta contra a combinação dessas duas formas apenas para se tornarem uma extensão enganosa do poder executivo.Em outro trecho, Marx diz que:
...o proletariado não pode, assim como a classe dominante e suas várias frações rivais, simplesmente tomar posse do Estado existente e fazê-lo funcionar para seus próprios objetivos. A primeira condição para manter um poder político transformador é destruir este mecanismo enquanto instrumento de dominação de classe.E acrescenta, em relação à classe trabalhadora: “O instrumento político de sua submissão não pode se tonar um instrumento político de sua emancipação”.
O texto de Rubel e Louis merece ser lido e debatido por quem acredita no socialismo como um projeto libertário, construído de baixo para cima. É só procurar “Marx anarquista” na internete. Pena que parece haver apenas versões em espanhol e francês.
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O comunismo também é a extinção do Estado...
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