Antes da atual campanha salarial, os soldados da Polícia Militar já estavam na grande mídia. A atuação da PM foi extremamente truculenta nas desocupações da USP e do Pinheirinho, por exemplo. No entanto, esse tipo de ação mereceu aplausos de grande parte da imprensa.
Já na condição de grevistas, os PMs foram tratados como criminosos pela maioria dos jornais. É verdade que é constante o envolvimento de policiais com crimes e corrupção. Mas em tais momentos, a mídia individualiza e separa suas ações da instituição policial.
Para piorar a situação, os policiais são proibidos de organizar sindicatos e fazer greves. E, nesta hora, os PMs apanham de todos os lados. São mal vistos pelos movimentos sociais por seu papel repressor. A população pobre costuma ser a maior vítima da violência policial. Não tem muitas razões para apoiá-los. E seus superiores voltam-se contra eles.
Esta é a condição daqueles que desempenham as funções repressivas do Estado. Quando são exercidas contra lutadores e pobres são consideradas legítimas. Quando são suspensas na luta por direitos, seus agentes são tratados como bandidos.
É preciso construir uma saída para essa armadilha. A ação dos PMs em nome da instituição policial deve ser condenada. Seja na repressão a quem luta, seja na perseguição aos pobres. Mas o respeito a seus direitos deve ser apoiado, a começar pela desmilitarização das polícias.
Quem sabe, assim, conquistemos alguns de seus integrantes para o combate a uma ordem que os utiliza para tornar a sociedade ainda mais injusta.
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Sem tirar nem por!
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