Dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho apontam que a crise do desemprego é a pior já registrada e a economia mundial terá de criar 600 milhões de postos de trabalho até 2020 para inserir os que hoje estão desempregados e ainda incorporar milhões de jovens que entrarão no mercado produtivo.Segundo a matéria, desde o início da crise econômica já são 197 milhões de desempregados no mundo todo. Sendo que metade deles:
... está nos países ricos e a taxa média mundial de desemprego passou de 5,5% para 6,2%. Na América Latina, 3 milhões de pessoas foram demitidas nos dois primeiros anos da crise, fazendo a taxa subir de 7,0% para 7,7%. Em 2010 e 2011, porém, o índice caiu para 7,2%.Diante disso, poderíamos concluir que o mundo está de ponta cabeça. As “nações avançadas” passando por problemas que antes só atingiam os “países atrasados”. Não é bem assim. É o que explica Slavoj Zizek em “A Revolta da Burguesia Assalariada”. O texto foi publicado na London Review of Books, e reproduzido pelo sítio Viomundo, em 22/01. Nele, o filósofo esloveno afirma que:
É o próprio sucesso do capitalismo (maior eficiência, aumento de produtividade, etc.) que produz desemprego, tornando mais e mais trabalhadores inúteis: o que deveria ser uma bênção – menor necessidade de trabalho pesado – se torna uma maldição.Desemprego é resultado de mais capitalismo, não de menos. Maior produtividade é, basicamente, mais produção a partir da exploração de menos trabalhadores. Isso poderia ser combatido com a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.
Se a jornada caísse pela metade, por exemplo, o número de empregos poderia dobrar. Aliviaria a vida da grande maioria, mas mexeria nas taxas de lucros da minoria que controla os meios de produção. Mas, aí, já não seria capitalismo.
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Tudo a ver com a pílula "ordem social destrutiva" publicada há alguns dias.
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