Doses maiores

1 de agosto de 2012

Mensalão, jornalões e politiquinha

O julgamento do Mensalão deve começar em 02/08. Os jornalões esperam gulosos pelo início do espetáculo. Estão salivando pela condenação dos réus. Tem razão o jornalista Jânio de Freitas. Em artigo publicado na Folha em 31/07, ele diz:

O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal é desnecessário. Entre a insinuação mal disfarçada e a condenação explícita, a massa de reportagens e comentários lançados agora, sobre o mensalão, contém uma evidência condenatória que equivale à dispensa dos magistrados e das leis a que devem servir os seus saberes.

O caso se arrasta há sete anos. Quando estourou o escândalo, a oposição de direita queria propor o impeachment de Lula. Não conseguiu, claro. Que moral teria um julgamento feito por um Congresso que tinha Collor, Sarney, Maluf, ACM, Demóstenes e outros de igual e ordinária qualidade? Seria o mesmo que transformar Ali Babá em juiz de seus ladrões.

Tudo indica que o “mensalão” jamais existiu Na verdade, trata-se do famoso “caixa 2”, admitido até por Lula. Sobras não oficializadas da campanha que o PT repassou aos partidos aliados para pagarem suas dívidas eleitorais. A grande imprensa não quer admitir essa hipótese porque caixa 2 é regra quase sem exceção entre os partidos.

Os petistas reclamam com razão dessa estratégia da grande mídia. Mas a exigência de julgamento para todos mal esconde a intenção de que não haja punição para ninguém. São desculpas de malandro acossado por pilantras. É a politiquinha a que o PT se rebaixou há um bom tempo. Duro é aguentar os jornalões. Mais um servicinho rasteiro que nos presta o lulismo.

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