Muitas epidemias precisam de
vetores para se alastrar. É o caso do mosquito da febre amarela. Era ele que,
no início do século 20, espalhava a doença que matava milhares no Rio de
Janeiro, todo ano.
A tuberculose já vinha dizimando
os escravos há séculos sem que ninguém se preocupasse. Mas, estranhamente, a
febre amarela atacava mais os brancos. Eis porque Oswaldo Cruz mandou derrubar
bairros populares inteiros. Funcionários armados invadiam barracos e casebres
para injetar um organismo estranho na população. Não à toa, estourou a Revolta
da Vacina, afogada em sangue.
Algo parecido vem acontecendo
com o Ebola. A doença mata há quase 40 anos na África. Precisou chegar a Europa
e Estados Unidos para que o alarme soasse.
O Ebola mata principalmente
na Guiné, Libéria e Serra Leoa. São países que viveram sob ditaduras por várias
décadas. Governos, para os povos desses países, são sinônimos de violência
brutal. Por isso, fogem de seus agentes. Preferem morrer em paz e cercados pelos
seus.
Nos Estados Unidos, são 24
médicos para cada 10 mil pessoas. Na Guiné, apenas um para o mesmo número. Em
Serra Leoa, um por 50 mil. Na Libéria, algumas dezenas para uma população de 4
milhões.
O Ebola é menos contagioso
que o sarampo e a pólio. Infecta tanto quanto a gripe. O que vem matando os africanos
pobres são o autoritarismo estatal e um sistema de saúde inexistente. Ambos, resultado
de um sistema voltado para uns poucos privilegiados. Uma elite que se beneficia
da exploração de seus povos pelo capital internacional. Uns e o outro são os maiores
vetores do Ebola.
Leia mais em A verdadeira história sobre o ebola
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