Doses maiores

28 de junho de 2016

Aí vem a tocha. Aqui vão os baldes

Alguns dados para saber como andam as finanças públicas cariocas, enquanto esperamos as Olímpiadas. São informações divulgadas por Luiz Alfredo Salomão e Antonio Carlos Barbosa em artigo publicado no Globo, em 22/06.

Primeiramente, o artigo diz que o déficit das contas municipais previsto para 2016 deve dobrar em relação ao de 2015. Por que? Devido às diversas Parcerias-Público-Privadas “celebradas com as empreiteiras, que cartelizaram as grandes obras públicas na cidade”, dizem os autores.

Nas obras do Porto Maravilha, por exemplo, dois consórcios estão envolvidos. Ambos controlados pelas empresas Odebrecht, OAS e Carioca.

O consórcio para construção do VLT é controlado por Odebrecht, OAS/Invepar, CCR e RioPar. Sendo que a CCR é da Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e da Soares Penido. Outro detalhe: a RioPar é controlada pela Fetranspor (empresas de ônibus).

O Parque Olímpico foi construído pela Parque Rio e vai ser operado depois dos Jogos pela Rio Mais. Ambas controladas por Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken.

Os BRTs TransOeste, TransCarioca, TransOlímpica e TransBrasil vão custar mais de R$ 5 bilhões, cujas fatias serão distribuídas entre Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Carioca. As empresas de ônibus, organizadas em consórcios, administram as estações e operam os serviços.

Finalmente, a construção de 136 Escolas do Amanhã, pela bagatela de R$ 1,2 bilhão, foi distribuída por Odebrecht, OAS, Carioca Engenharia e Construtora Zadar.

Dadas as informações, lembremos, finalmente, que quase todas essas empresas estão tão sujas que nenhum lava-jato daria jeito.

Mas sempre podemos fazer bom uso de alguns baldes para, pelo menos, garantir que a tocha olímpica fique bem limpinha.

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